Mecanhelas
Perfil do Distrito de Mecanhelas
1 Breve Caracterização do Distrito
1.1 Localização, Superfície e População
O distrito de Mecanhelas está localizado na parte Sul da Província do Niassa, a 391Km da capital provincial, a cidade de Lichinga, confinando a Norte com o distrito de Mandimba, a Sul com o distrito de Milange da Província da Zambézia, a Leste com o distrito de Cuamba e a Oeste com a República do Malawi pelos Lagos Chirua e Chiúta.
A superfície do distrito1 é de 5.029 km2 e a sua população está estimada em 219 mil habitantes à data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 43,6 hab/km2, prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 343 mil habitantes.
A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:1, isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 10 pessoas em idade activa. Com uma população jovem (49%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 95% (por cada 100 pessoas do sexo feminino existem 95 do masculino) e uma taxa de urbanização do distrito é de 4%, concentrada na Vila de Mecanhelas.
1.2 Clima, Relevo e Solos
Climaticamente a região é dominada por climas do tipo semi-árido e sub-húmido seco. A precipitação média anual varia de 800 a 1200 mm, enquanto a evapotranspiração potencial de referência (ETo) está entre os 1300 e 1500 mm.
Em termos da temperatura média durante o período de crescimento das culturas, há regiões cujas temperaturas excedem os 25ºC, embora em geral a temperatura média anual varie entre os 20 e 25ºC.
Os rios são de regime periódico já que cortam os seus caudais durante o tempo seco, e
caudalosos na época chuvosa. O único rio de caudal permanente é o rio Lúrio que atravessa a Localidade de Iataria.
Os outros rios com caudal periódico são: Ruasse, Nacrue, Nampesse, Musserembué, Massambiro, Nacachisse, Lalaua, Namalumbe, Cocoé, Muchimaze, Minhoto, Munembo, Sanó, Massangano e Muanda.
No distrito existem, ainda, 3 Lagos, a saber: O Chirua, situado no extremo Oeste do distrito, com 74Km de comprimento e 36 de largura. Apenas uma pequena parte deste lago se encontra em território moçambicano. Os lagos Chiuta e Amaramba que se situam na parte Norte do distrito.
Os solos do distrito são delgados, pouco profundos e rochosos com baixa fertilidade,
favorecendo a prática de culturas como o tabaco, arroz, mandioca e milho.
Corresponde às terras de altitudes compreendidas entre os 200 e 500 metros, de relevo
ondulado, interrompido de quando em quando pelas formações rochosas dos “inselbergs”.
Fisiograficamente a área é constituída por uma zona planáltica baixa que, gradualmente
passa para um relevo mais dissecado com encostas mais declivosas intermédias, da zona
subplanáltica de transição para a zona litoral.
1.3 Recursos Naturais
No Distrito de Mecanhelas as características florestais apresentam diferenças de vegetação do tipo floresta tropical aberta e uma considerável diversidade de espécies florestais distribuídas segundo as variações dos solos e altitude.
As formações florestais de miombo decíduo seco ocupam a maior parte do distrito e as de miombo decíduo tardio as zonas montanhosas do distrito, sendo cobertas por imensa
vegetação arbustiva com predominância para a Brachystegia SPP.
As principais espécies florestais no Distrito de Mecanhelas para a extracção de madeira e combustível lenhoso são: Umbaua (Khaya niasica), Umbila (Pterocarpus angolensis), Pau-ferro (Suartizia madagascariensis), Inconola (Terminalia sericea), Pau-preto (Dalbergia melanoxylon), Messassa encarnada (Julbernnardia glbiflora), Tamarindu (Tamarindus indica), Massukossa (Uapaca Kirkiona), Mucala (Burkea africana), Chanfuta (Afizélia quanzensis), Jambire (Milletia sthemannii), Rokossi (Dplorhynchus condylocarpon) e Muanka (Pericopsis angolensis.
Desta forma, a sua exploração incide no combustível lenhoso (lenha e carvão) e na extracção da madeira e material de construção.
1.4 Economia e Serviços
O Distrito de Mecanhelas seleccionou 3 vectores de desenvolvimento num leque de vários produtos/serviços a destacar: Gado, Arroz e Peixe.
A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares. De um modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações familiares em regime de consociação de culturas com base em variedades locais.
De uma forma generalizada pode-se dizer que a região é caracterizada pela ocorrência de três sistemas de produção agrícola dominantes. O primeiro corresponde à vasta zona
planáltica baixa onde domina a consociação das culturas alimentares, nomeadamente mandioca/milho/feijões nhemba e boer, como culturas de 1a época (época das chuvas) e a produção de arroz pluvial nos vales dos rios, dambos e partes inferiores dos declives.
1.5 História, Cultura e Sociedade
A população originária é constituída por grupos étnicos Yaos, Macuas e Nhanjas, este
último directamente influenciado pelo Malawi, pela sua continuidade etno-linguística
naquele país.
Estes grupos são considerados de linhagem matrilinear, embora o poder de decisão seja
atribuído ao homem.
Os Macuas são, na sua maioria, Católicos e os Yaos predominantemente Muçulmanos. Os Nhanjas, por sua vez, são na sua maioria, protestantes, sendo orientados pela religião
Anglicana.
Entre os Macuas e os Yaos, o casamento é matrilocal, ou seja, os novos casais vivem junto da família da mulher e são os homens que se deslocam e deixam as suas famílias de origem.
Devido à influência da religião Cristã, uma parte da população Nhanja é virilocal, e os casais fixam a sua residência junto da família do homem. A divisão do trabalho é baseada nas relações de género, onde o homem e a mulher têm papéis a desempenhar na família e na comunidade.
O Distrito possui um Conselho Consultivo Distrital presidido pelo Administrador Distrital.
No Distrito funcionam 2 Conselhos Consultivos dos Postos Administrativos, presididos
pelo respectivo Chefe do Posto Administrativo. No seu funcionamento participativo estes envolvem os membros dos 5 Conselhos Consultivos de Localidade.
A população, devidamente mobilizada pelas autoridades comunitárias, participa activamente na abertura de estradas terciárias, que tem facilitado o escoamento dos excedentes agrícolas, na construção de escolas com material precário, casas para alguns Presidentes das Localidades e enfermeiros, na conservação de fontes de água, na denúncia de malfeitores e na localização de terrenos para vários fins socioeconómicos e culturais, sempre que necessário.
A religião dominante é a Católica, praticada pela maioria da população do distrito. Existem outras crenças no distrito, sendo prática corrente que os representantes das hierarquias religiosas se envolvam, em coordenação com as autoridades distritais, em várias actividades de índole social.
1.6 Demografia
A superfície do distrito3 é de 5.029 km2 e a sua população está estimada em 219 mil
habitantes à data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 43,6
hab/km2, prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 343 mil habitantes.