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Nyusi pede população para denunciar recrutamento de jovens em Niassa

Data: 30/07/2018
 Nyusi pede população para denunciar recrutamento de jovens em Niassa

Foi num comício popular realizado na manhã do domindo passado no Posto Administrativo de Meluluca no distrito de Lago, que o Presidente da República, Filipe Nyusi anunciou que foram detidos jovens provenientes de alguns distritos da Província do Niassa nas fileiras do grupo que tem estado a semear terror nos distritos de Palma, Mocímboa da Praia e Macomia.

Por isso, Filipe Nyusi pediu à população e aos líderes tradicionais para estarem vigilantes a qualquer movimento de pessoas que se deslocam às comunidades para recrutar jovens para alegado empresa noutra província. O Chefe de Estado diz que depois do recrutamento os jovens são doutrinados com a sharia ou radicalismo garantindo que vão ter vida melhor depois de mortos. E pediu aos jovens que conheçam outros que estejam desaparecidos da comunidade para informar as autoridades, o mesmo pedido foi feito a pais que não conheçam o paradeiro dos seus filhos para juntamente com as Forças de Defesa e Segurança esclarecer se terão se juntado aos malfeitores ou não “porque há esse grupo de jovens que estão ai e estão a morrer lá, porque as populações perseguem também. Não podemos permitir que sejam recrutadas pessoas aqui no distrito de Lago, Mecula e em todo lado para lutar por uma coisa que não sabem o que é. Esses jovens estão a ser enganados por pessoas que não vivem aqui, vem buscar pessoas aqui não estão a ir buscar lá, nem filhos deles, nem primos deles, vem buscar aqui” disse.

Entretanto o Presidente da República disse que o Governo está a trabalhar as empresas multinacionais que estão a desenvolver os projectos de exploração de gás natural na bacia de Rovuma para usar a mão-de-obra local “e nós já dissemos a população que exigimos às empresas que vão operar aqui para dar emprego primeiro a moçambicanos e o trabalho ainda não começou e já estão a começar a pensar em dinheiro e enganam as pessoas, se calhar esse dinheiro já estão a receber e pensam que esse dinheiro há para toda a gente. Cuidado vamos ser vigilantes não vão ser carne para alimentar as armas nós não queremos isso. Agora estamos a procura desse que organiza essa guerra, quando apanharmos vamos vos dizer que é fulano que está a trazer essa confusão” acrescentou.

Niassa em Desenvolvimento

Por outro lado Filipe Nyusi disse ter ficado satisfeito com a visita que efectuou a Niassa porque percebeu que a província está a sair do isolamento a que esteve sempre votada. Recorreu ao exemplo da organização do Festival Nacional da Cultura para mostrar que aquela província tem capacidades como qualquer outra do país porque no seu entender conseguiu organizar muito bem o evento numa altura em que ao mesmo tempo recebeu as celebrações dos 50 anos do II Congresso em Matchedje e a Visita  Presidencial.

Mas também recorreu à Linha Férrea Cuamba-Lichinga como outro exemplo, assim como os projectos de estrada que estão em curso que vão ligar Lichinga a Nampula, passando por Cuamba, a outra que vai ligar Lichinga a Pemba e Nacala passando por Montepuez e as pontes construídas ao longo da estradas que ligam Cuamba a Gurué na Zambézia. O Chefe de Estado falou ainda da reabilitação de 14 quilómetros de estradas da cidade de Lichinga, assim como de 5 quilómetros da Vila de Mandimba cujas obras devem arrancar em breve.

Outro exemplo citada pelo Presidente da República é os sistemas de abastecimento de água. O governo deverá iniciar obra de reabilitação do sistema de Lichinga e construção de uma barragem que vai elevar a cobertura de 26% para 60% bem como a construção de mais de 90 furos de água em toda a província.

No entanto mostrou-se preocupado com os altos índices de casamentos prematuros que prevalecem em Niassa e pediu aos adultos para deixarem de casar com meninas. Pediu o envolvimento dos lideres comunitários no combate a este mal bem como a gravidezes precoces que tiram as meninas das escolas contribuído para altos índices de desistência escolar da rapariga.

Filipe Nyusi quer ainda o envolvimentos das autoridades locais no combate à caça furtiva e ao corte ilegal da madeira, ameaçando mesmo os líderes de comunitários de responsabilização em relação à destruição de florestas.